Denúncias...(as minhas)

Todos os dias caminhamos lentamente para o alcance do nosso sonho...

...viver nas maravilhas ou no país delas não é a realidade de todos... mas poderá ser o sonho de qualquer um...

5 de outubro de 2010

Vive (me)



O céu além de azul parece que treme quando o olhámos, o mar parece maior e cresce quando o tocámos, o soberbo do amanhecer além de lindo parece que nos vence… estando longe, estamos tão perto… divagamos, sonhamos, amamos… sentimos…sorrimos!
Despertamos e apertamos os abraços, os sorrisos, os espaços…e partilhamos. Sendo cravo e rosa. Pêssego e amora. Pão e açúcar. Caramelo e nata.
Deliramos tão pouco e tão intensamente, contraditórios… incapazes de romper o silêncio e sentir. Deixar sentir…sem dizer, sem falar, sem esconder…sentir…só sentir… entregar-se ao sentir… não temendo o amanhã…conquistando o hoje…esse hoje que só termina quando quisermos…que só se fecha quando o “adeus” quisermos dar…
Perdemo-nos, e como nos perdemos…
Entregamo-nos … e como nos entregamos…
Saboreamos, respiramos, suspiramos…sentimos…
Sorrimos!
E não sabemos dizer…e o que se diz quando não se sabe dizer?!… E o que fazer quando não se fazer?...
Esse último dia… esse dia que foi o primeiro… o intenso, o verdadeiro, o sentido…o vivido… porquê não sentir esse dia de novo? Sentir…sorrir…tocar…partilhar…viver...divagar!
Será incorrecto querer mais do que já se tem, ter a ambição desmedida do afecto… não ter culpa de sentir, não ter noção de que devemos parar? Não!
Viver… sim, viver!
Sorrir…sim, sorrir!
Sentir… sim, sentir! Sentir-te…
Batendo nas portas de todas as casas, vejo que balançamos como putos que não sabem escolher o sabor do rebuçado… parecemos adultos que reflectem mais do agem…parecemos avós, que já não falam… olham… e olhámos! Olhámos tanto… e esse tanto é o tanto que me faz bater à tua porta todos os dias… é esse sabor de rebuçado que me faz salivar, que me faz desejar…que me faz sentir…viver, sorrir!
Já me perdi… vezes sem conta, mas encontro sempre essa porta…por entre o quente dos teus lábios, por entre o palpitar da tua pulsação, por entre o teu perfume… encontro-te…em mim…de novo e de novo…e cada vez mais dentro de mim!
Não! Abre! A porta é tua!
Não, não feches agora… deixa-te levar…deixa-me entrar… deixa-me de novo… como se tivéssemos nascido hoje…deixa-me olhar-te…sentir-te, tocar-te…saborear-te…querer-te!
E… eu continuarei a caminhar ao teu encontro…até que te encontre, de novo e mais uma vez, no meu peito… transpirando em mim… sentindo comigo…sorrindo, vivendo, divagando…sentindo!
Não, não somos nem fazemos parte de um conto de fadas... esses nós sabemos que sim, apaixonaram-se, casaram... e foram felizes para sempre... e o durante? Esse durante... é desse durante que eu falo...é esse durante que eu quero fazer...que sei que sabemos construir...
Sim…sei…já sei… não digas… vive! Sorri! Fica em mim! Eu sei…a surpresa intimida…mas também fascina… intemporal…e porquê que temos que valorizar o tempo…se ele só nos faz envelhecer… porque temos que pensar nisso se há tanto mais para reflectir… aperta-me…sente-me… transpõe esse tempo num beijo… sê meu… vive-me…